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Por Onde Anda? - Antonio Rubinê Abrão
11/06/2025

Edição: Raphael Ramirez
Em 1963, exatamente no dia 23 de janeiro, mudei-me de minha cidade natal, Jaguariaíva (PR), para Curitiba. Não tive nem tempo de conhecer a nova cidade, pois no dia 01º de fevereiro deste ano de 1963, comecei a minha carreira no Bamerindus, onde trabalhei até o dia 15 de maio de 1997. Quando iniciei meu trabalho no banco, ainda não tinha sido criado o banco Múltiplo. Comecei no Banco Mercantil e Industrial do Paraná.
O meu início em Bamerindus foi na antiga agência Mal. Floriano (código – 003) que ficava localizada na Rua Mal. Floriano, entre a rua XV de Novembro e a Praça Tiradentes. Lembro-me que nesta época o banco possuía perto de 130 agências dentro do território brasileiro. Comecei como escriturário, no departamento que se chamava “Cobrança Interior”, cujo meu primeiro chefe foi o saudoso Pedro José Gomes. Em 1964, com a compra/chegada do primeiro computador pelo Bamerindus, assim como vários colegas, fui convidado para trabalhar na Cia. Mercantil de Melhoramentos (que era chamada de “Computador do Bamerindus”, localizada num imóvel do banco no bairro Portão). Empresa inicialmente responsável pela implementação da informática dentro do grupo Bamerindus. Lá fiquei até ano de 1970, tendo passado por algumas áreas de chefia. Nesta minha passagem pela área de Informática, cheguei, após ter sido aprovado em teste interno, a realizar um curso de Programador da Univac, em São Paulo.
Em 1964 (época que o vestibular da UFPR ainda não era unificado) resolvi prestar vestibular para o curso de Economia. Fui aprovado e o cursei por 2 anos. No último ano, abandonei este curso.
Em 1970 fui transferido para a agência Comendador, onde fiquei por pouco tempo, tendo sido convidado na época pelo Basilio Vilani e Victor Medeiros para gerenciar o antigo Departamento do FGTS. Este período em que fiquei neste departamento foi de muito trabalho, desgaste emocional e físico, uma vez que o convite que me foi feito foi em razão de que os lançamentos contáveis e escriturários estavam atrasados por mais de 4 anos. Chegamos a gerenciar mais de 120 funcionários. Tínhamos equipe contratada em horário normal e outra que começava das 18h até às 24h.
Em 1974, já casado e com filhos, resolvi prestar vestibular para o curso de Direito na Faculdade Curitiba de Direito. Em 1979, lá graduei-me como Bacharel em Direito.
De 1974 a 1980 estive no Banco Bamerindus de Investimentos e ali iniciei um trabalho que me proporcionou muitas alegrias, que era o relativo a Captação de Recursos – CDB – RDB – LC. Com a reestruturação organizacional do banco foram criadas algumas Gerências Gerais, como Captação, de Arrecadação, de Operações, etc, e o Valdo Batista de Souza veio transferido de São Paulo para gerenciar a de Captação. Tive a felicidade de ter sido escolhido e convidado por ele para fazer parte da nova estrutura como Gerente de Captação. Foi um trabalho incessante, de muitas, viagens, informatização de todos os produtos, criação da função do Assistente de Captação para cada Regional do banco, treinamentos para gerentes, etc... Nesta época conseguimos realizar um belo trabalho dentro da área de captação de recursos em Bamerindus. Posteriormente nessa Gerência de Captação, fui promovido de Gerente de Produtos para Gerente Geral. Em 1986, a área de Captação foi incorporada à área de Open Market. Lá fiquei até 1990, onde galguei o cargo de Gerente Regional da Mesa de Open que abrangia PR, SC e RS. Em 1990, fui convidado pelo José Luiz Mugiatti para assumir a área de Prestação de Serviços, que abrangia a arrecadação e cobrança, ligada à Diretoria de Operações do banco. Foi um período muito gratificante em minha carreira.
Evidentemente que nos 35 anos que estive no banco, passava mais tempo com os colegas e amigos do que com a própria família. É claro que muitos deixaram marcas em nossas vidas, mas pedindo desculpas àqueles que não forem citados, porém que guardo no coração, gostaria de citar o Celestino Garcia Vidal, que foi meu diretor e por quem tenho um grande respeito; seu Zanini – que num final de ano me chamou à sua mesa e me presenteou com um jogo de canetas, dizendo “não é nenhuma Brastemp, mas é com carinho”; Valdo Batista de Souza, cuja caminhada juntos perdura desde 1980; Dr. Mauricio Schulmann, entre outros.
Nesses 35 anos, muitas emoções eu tive.
Após a minha aposentadoria, em 1997, advoguei por 10 anos, na cidade de Rio Branco do Sul, tendo também participado de um escritório de cobranças juntamente com outros amigos Bamerindianos. Desde 2006, após convite do saudoso amigo Clayton Karan, passei a fazer parte da Apabam, onde participei – em diretorias diferentes – de todos os cargos dentro da Diretoria Executiva. Fui presidente em duas oportunidades. Participei ativamente, junto com os amigos Alcion Sponholz, Antonio Campos, Clayton Karan, de diversas negociações e reuniões com o ex-HSBC e Bradesco, para que todos os direitos adquiridos pelos associados da Apabam – constantes do Instrumento Particular e Assunção e Obrigações Previdenciárias, de março de 1988 fossem preservados. Há mais de 15 anos também com muito orgulho faço parte da Coopesf, como seu associado e membro do Conselho de Administração.
Em 2016, com a aquisição do HSBC, pelo Bradesco, chegamos a nos reunir em Brasília, com Diretores do Banco Central, para discutir a continuidade de nossos direitos pelo Bradesco. Fomos muito bem recebidos e voltamos à Curitiba (eu e o Alcion) tranquilizados.
Sempre que sou perguntado, respondo que somente quem tem conhecimento da luta, de poucos, para a solidificação da Apabam, sabe o quão importante a mesma é para todos nós aposentados de Bamerindus, com direito ao Fundo Apaba. A Apabam é hoje a minha segunda casa e por ela, enquanto a minha saúde permitir, sempre estarei disponível para defendê-la.
Há 52 anos, com as graças e bênçãos de Deus, estou casado com Ana Maria, a qual conheci dentro do Bamerindus, sendo este o meu maior presente dentro dos meus 35 anos de banco. Tenho 3 filhos – Antonio Elias, Karla e Karina – e 5 netos – Beatriz, Pedro, Carolina, Thiago e Gabriela. Dois dos netos – Beatriz (em Miami – cursando segundo ano de Engenharia) e Pedro (Chicago Heights, jogando beisebol e cursando Business) estudam nos Estados Unidos. Carolina mora em Curitiba e Thiago e Gabriela em Cotia (SP). Dois genros José Theodoro e Erick e a nora Larissa. Este é o maior tesouro que Deus me presenteou –minha família. Olhando, muito pelo lado familiar, sempre optei em permanecer em Curitiba.
É evidente que acompanho os trabalhos da Apabam, e para tanto gostaria de deixar registrado o meu total apoio, sucesso e dedicação à diretoria atual cujo mandato começou em março/23, bem como pedir a todos os associados que procurem conhecer e apoiem todo o trabalho que estes novos Apabeanos estão realizando – trabalho esse totalmente voluntário.
Nessa oportunidade quero deixar registrado meu mais sincero agradecimento ao Vicente, Célia e Raphael, colaboradores dedicadíssimos, pelo carinho, respeito e consideração que tiveram para com a minha pessoa nesses anos todos que fiz parte das diretorias da Apabam.



