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Por Onde Anda - Pedro José Gomes

03/09/2018

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* Texto publicado originalmente em nosso jornal Fator A, edição 37, de maio de 2016.
Edição: Raphael Ramirez

Nasci em 13 de maio de 1940, no distrito de Platina (Estação), do município de Santo Antônio da Platina (PR). Meus pais tiveram 12 filhos, onze nasceram nesta comunidade e o último, nosso caçula, nasceu em Santo Antônio da Platina. Como meus pais tinham atividades de armazéns gerais e fazenda do meu avô, nós todos estávamos integrados nessas atividades. Meu pai foi eleito vereador em 1948 e continuou por 24 anos representando o povo da localidade. Recebeu Título de Cidadão Honorário do Município e a Câmara Municipal da cidade leva o seu nome, Vereador José Corrêa Gomes. Em 1954, mudamos para a sede do município, onde iniciei o curso ginasial, completando em 57, quando me mudei para Curitiba, para continuar os estudos e trabalhar.

Comecei no Bamerindus em 59 como caixa da agência Marechal Floriano 31, e ao longo dos anos, fui exercendo funções como a de chefe de cobranças, Chefe de Serviços (Mercês), Gerente de Agências (Piraquara, São José dos Pinhais e Pelotas/RS), Gerente de Mercado de Capitais para o Rio Grande do Sul, Gerente Regional (Passo Fundo e Londrina (esta como Regional Coordenador), Assistente da Vice-Presidência (Sr. José Eduardo), Gerente Geral de Crédito Rural, Gerente Regional em Maringá, Diretor de Crédito Rural, Diretor de Crédito Imobiliário, Diretor da Bamerindus Financeira, Diretor Presidente do TC, Direg Sul (RS, SC e PR), Direg Sul Rio (RS, SC, PR, RJ e ES), por último, Diretor de Seguimentos Alimentos e Rural. Me aposentei em julho de 1992, por livre e espontânea vontade, embora tivesse sido reeleito para mais um mandato.

Durante os 33 anos e meio em que estive atuando no Bamerindus, acompanhei de perto a história do pequeno banco criado em Tomazina. E, com certeza, ajudei a colocar o Bamerindus entre as maiores instituições bancárias do país. Dediquei grande parte do meu trabalho ao setor de crédito rural e, como consequência, inscrevi o Banco na Febraban e fui presidente da Comissão de Crédito Rural da entidade no período de 83 a 86. Foi por meu intermédio que o Bamerindus se associou à Confederação Internacional de Crédito a Agricultura - CICA, com sede em Zurich, na Suiça. Fomos o único banco da América Latina a ser admitido como associado, e em seguida passamos a ser membro do Comitê Central, que representava dezenas de países para discutir o crédito rural no mundo. Na sequência, em 87, fui designado a fazer palestra no 8º Congresso Mundial de Crédito a Agricultura, na Turquia, em Istanbul.

Em 1989, o Bamerindus trouxe para o Brasil, a 9ª Assembleia Geral da CICA, com a participação de estrangeiros e vários ministros. Em 91 fui designado a fazer palestra, no Congresso Mundial de Agricultura, em Pequim, na China.

Ao ingressar no Bamerindus, eu possuía apenas o ginásio. Dividindo meu tempo com as diferentes tarefas que assumi ao longo dos meus mais de 33 anos, conclui os cursos de Administração de Empresas e Sociologia e Política, na PUC Curitiba, em 64; Direito (Pelotas e Passo Fundo), no ano de 74. Acredito que sou um exemplo do que as pessoas podem conseguir com trabalho, dedicação e esforço. Quando entrei no banco, não só tinha confiança em mim, como na empresa. Acreditava em seu progresso. Hoje, se tivesse que recomeçar, começaria tudo da mesma forma.

Em 1961, para fazer frente ao movimento sindical bancário, recebi um pedido do Sr. Avelino, para que criasse um jornal, para circular entre as agências. Foi criado o Jornal O Bamerindus, mantido sob minha responsabilidade até 1967, quando fui transferido para o Rio Grande do Sul, para inaugurar a Agência de Pelotas. Já em 64, pedi licença do banco, sem vencimentos, por 4 meses, para estagiar em três países (Portugal, Alemanha e Itália), era o final do Curso de Administração e Sociologia e Política. O Sr. Avelino recomendou-me para falar com o Sr. Marini, que ele me faria uma relação de tudo que o banco gostaria que eu verificasse nesses países. Ao me desejar boa viagem, me passou um cheque, correspondente aos 4 meses de trabalho. Em 81, estagiei no Banco Credit Agricole, em Paris, me especializando na agricultura e cooperativas da Europa. Esse banco possuía 15.000 agências, algumas centenas eram móveis, veículo adaptado totalmente, modelos que passamos a usar aqui no Brasil, nas exposições e feiras. Tive milhares de colegas, todos fantásticos, todos sensacionais. Seria impossível escolher o melhor.

Sou casado com a mesma esposa há 50 anos, comemoramos em 2015 as nossas Bodas de Ouro. A Leda foi a esposa que eu procurava, renunciou a sua profissão para me acompanhar em todas as nossas mudanças, dificuldades e necessidades. Temos 3 filhos, a Márcia, que tem 2 filhos, Felipe e Rafaela (conhecida como Rafa Gomes, no The Voice Kids); a Maristela, que também tem 2 filhos, Fernanda e Cauê, e o Cláudio, que também tem 2 filhos, João Pedro e Lucas. Construímos uma família maravilhosa, sempre estamos juntos e vivemos em muita harmonia.

Ao me aposentar, em 92, criei uma Factoring, uma loja de carros, e me inscrevi num curso preparatório para concurso de juiz e promotor (embora não pretendia fazer os concursos, apenas para atualizar conhecimentos na área do Direito). Hoje continuo advogando para não me contentar com a posição de aposentado. A Factoring e lojas de carro não duraram muito. Ainda fui Diretor Financeiro de empresas de construção civil; criei e fui diretor da Agência de Fomento do Paraná por 2 anos (a convite do nosso ex-colega Ibrain Faiad); fui Diretor Secretário do Lactec, por 2 anos, na Gestão do Presidente Alceni Guerra; me especializei em Recuperação Judicial e prestei serviços ao HSBC em São Paulo, por 2 anos, tendo sido Presidente do Conselho de Administração de uma grande empresa em Recuperação Judicial (a convite do nosso colega João F. Ferrari); fui do Conselho da Coopesf, do Conselho e da Diretoria da Apabam (que também participei na sua criação). A Apabam, foi sem dúvida a melhor criação dos bamerindianos, participamos em Brasília dos debates que mantiveram intactos os nossos direitos.

Além da Advocacia, tenho permanentes encontros com todos da família, não só meus filhos, mas também com irmãos, sobrinhos (as). Eu e minha esposa fazemos muitas viagens também: de 1964 a 2015, eu e Leda visitamos 122 cidades em 34 países.

Colegas da Apabam, vocês são heróis em manter a Apabam em pleno funcionamento, na defesa dos Bamerindianos aposentados. É lamentável que não tenhamos mais o nome, a força, a motivação de Bamerindus para o nosso trabalho na Apabam. Não desistam, continuem esse trabalho tão necessário e importante para todos nós, em especial, agora, novamente, na transferência ao Bradesco, para insistir e defender todos os Direitos que conquistamos no desaparecimento do Bamerindus. Um grande abraço a todos.

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